Introdução
Este trabalho consiste numa rápida de recuperação
temporal dos estudos mais conhecidos acerca da linguagem e que, anteriores a
Saussure, são considerados, de acordo com Faraco (2002, p. 28) como “um longo
processo preparador” para o que viria a ser a linguística a partir das
concepções saussurianas.
Iniciando pela tradição hindu, passando pelas
escolas grega e romana, passeando pela Idade Média, pelo Renascimento e
chegando até o século XIX, pretende-se aqui fazer uma rápida retomada desses
estudos.
Desenvolvimento
A Tradição Hindu
Para que os textos sagrados não
sofressem alterações ao serem recitados ou cantados nos rituais de sacrifícios
indianos, os antigos hindus começaram a estudar a língua. Eles se preocuparam
em descrever minuciosamente o sistema fonético e gramatical dos hinos reunidos
no Veda e, segundo Lyons (1979, p.22):
A
classificação dos sons da fala feita pelos gramáticos hindus era mais
detalhada, mais precisa e mais firmemente baseada na observação e na experiência
do que qualquer outra realizada na Europa, ou em qualquer outra parte que
saibamos, antes do fim do século XVIII [...].
Em sua
análise das palavras, os gramáticos hindus foram bem além daquilo que se
poderia julgar necessário ao seu objetivo original.
Os gramáticos hindus dedicavam-se
ao estudo do valor e do emprego das palavras. O mais conhecido deles foi Panini
(século IV a. C.). Ele fez uma descrição detalhada do sânscrito e sua obra
consistiu-se num tratado em quatro mil regras ou <sutras>. Mais tarde,
este tratado foi explicado por Pantañjali (século II a. C.). Foram estes dois
que “estabeleceram as bases da gramática normativa do sânscrito, e os tratados
hindus”.
Foi estabelecida pelos hindus a
distinção de “substantivos” e “verbos”, e também daquilo que pode ser chamado
de “preposição” e “partícula”, no sânscrito.
Esses estudos, entretanto,
ficaram por muito tempo restrito aos hindus.
Somente foram descobertos no
final do século XVIII. Deve-se considerar também que se tratava de estudos
“puramente estáticos, relativos apenas ao sânscrito, efetuados, ademais, por
homens totalmente desprovidos de senso histórico, de acordo com o gênio próprio
da Índia” (LEROY, 1967, p.16). Acrescente-se, ainda, que os hindus se limitavam
a fazer a descrição e a classificação dos fatos linguísticos sem, no entanto,
nenhuma explicação ou análise.
A Índia só ficou em evidencia, de
fato, no século XIX, quando o sânscrito se tornou peça básica par ao método histórico-comparativo
e a reconstrução do indo-europeu, mais ainda não houve, por parte dos
estudiosos ocidentais um levantamento exaustivo e ordenado das ideias
linguísticas dos hindus.
Historiadores da linguística tem
reservado algumas paginas a India (Panini particularmente), como é o caso de M.
Leroy (6), G. Mounin (7) ou R. H. Robins (8).
É uma relutância dizer que os
hindus se preocuparam com a linguagem, pois, em certo sentido, o hinduísmo
inteiro é uma especulação em torno da natureza e poder das palavras! E não estaria
exagerando, se dissesse que, de fato, como quer Chakravarti, os pensadores
hindus foram até mais longe do que os gregos e romanos na pentração dos grandes
temas e mistérios acerca da linguagem.
Para começar basta observarmos a
literatura védica, numa das suas mais representativas coleções: as Upanichadas.
Trata-se de uma serie de comentários poético-filosófico em que se conduzem os
fieis ou discípulos ao conhecimento do Brahma “Ser ou Principio supremo”, mas
não por via racional e sim pela intuição.
Os Gregos
Os estudos gregos relacionados à
linguagem baseavam-se em origens filosóficas bastante fortes. Para os gregos o
problema filosófico essencial relativo à linguagem era a definição entre a
noção e a palavra que a designa.
Lyons (1979, p. 4) destaca que:
Os
filósofos gregos discutiam se o que regia a língua era a “natureza” ou a
“convenção”. Essa oposição da “natureza” e da “convenção” era um lugar-comum da
especulação filosófica.
Dizer que uma determinada
instituição era natural, equivalia a dizer que ela tinha sua origem em
princípios eternos e imutáveis fora do próprio homem, e era por isso
inviolável. Dizer que era convencional equivalia a dizer que ela era o mero
resultado do costume e da tradição, isto é, de algum acordo tácito, ou “contra
o social”, entre os membros da comunidade – “contrato” que, por ter sido feito
pelos homens, podia ser pelos homens violados.
Essa discussão prolongou-se por
vários séculos e dominou todos os estudos sobre a origem da língua, além da
relação entre as palavras e o seu significado.
Com isso, surgiram várias
investigações etimológicas que instigaram e provocaram outros estudos que
“pesquisavam a verdadeira natureza de uma palavra, não era a sua forma original
o que eles buscavam, mas seu sentido original” (WEEDWOOD, 2002, p. 47). A
controvérsia entre “naturalistas” e “convencionalistas” evoluiu, a partir do século
II a. C., para uma discussão sobre a regularidade da língua e, de acordo com
Lyons (1979, p. 6):
As
palavras gregas para “regularidade” e “irregularidade”, no sentido que nos
ocupa, eram analogia e anomalia.
Daí, os que sustentavam que a língua era essencialmente sistemática e
regular são chamados geralmente analogistas e os que tomavam a posição oposta,
anomalistas.
O embate entre analogistas e
anomalistas nunca foi resolvido em definitivo pelos gregos e permanece até os
nossos dias. Acrescente-se que essa não foi uma disputa obstinada dos dois
lados e que já se reconhecia que existiam tanto analogias, quanto anomalias, ou
seja, que se tratava de uma questão de regularidade ou irregularidade da língua
e, que ambas as correntes contribuíram grandemente para a sistematização da
gramática grega.
Destaca-se, ainda, que, apesar de
ser um povo tão amante da história, os gregos não deixaram nenhuma descrição
das línguas e dos povos com os quais mantiveram contato em suas inúmeras
conquistas. Isso se justifica porque, convencidos de sua “superioridade
intelectual, consideravam com desprezo essas línguas estrangeiras que só
consentiam em estudar por razões práticas” (LEROY, 1967, p.16).
A língua grega, no entanto, foi
muito estudada, principalmente nos procedimentos de estilo e de adequação da
linguagem ao pensamento. Porém, segundo Lyons (1979, p. 10):
a análise particular refletida nas gramáticas
escolares do grego estava tão longe de ser clara que a sua elaboração exigiu
uns seis séculos [...].
Além disso, não é essa a única
análise possível e, talvez, nem mesmo, a melhor.
De qualquer modo, não será
razoável dizer-se que os modos ligeiramente diferentes de descrever a língua,
preferidos por alguns dos gramáticos gregos sejam necessariamente inferiores
àquilo que foi afinal padronizado e transmitido à posteridade como a gramática
do grego.
É inegável que foi bastante
importante a contribuição que a gramática grega deu aos estudos da linguagem e,
que esses estudos, “calcados na Filosofia, abrangeram a Etimologia, a Semântica,
a Retórica, a Morfologia, a Fonologia e a Sintaxe ” (CARVALHO, 2000, p.17).
Assim como é sabido que eles
tinham finalidades práticas.
Era a gramática voltada para o
fazer, para a ação e para a utilização da língua.
Em grego, a distinção dos três
gêneros é atribuída a Protágoras (século V A.C.), enquanto que Platão
distinguiu claramente os “substantivos” e os “verbos”.
Segundo ele os “substantivos”
eram termos que funcionavam nas frases como sujeito de um predicado e os
“verbos” eram termos que expressavam a ação ou afirmavam a qualidade. No
diálogo do Crátilo, ele discutia, além de outras coisas, a questão da natureza
x convenção.
De todas as escolas filosóficas
gregas, a que mais se concentrou na língua foi a dos estóicos, que eram em sua
maioria anomalistas. Consideravam a língua
fundamental, especialmente para a lógica, mas que
incluía o que chamamos de
epistemologia e retórica, assim como a gramática.
Eles fizeram a distinção entre forma e significado: o significante e o
significado.
Seus trabalhos, segundo Lyons
(1979, p.9-10) tinha dupla finalidade:
1-estabelecer e explicar a língua dos autores
clássicos; 2- preservar o grego da corrupção por parte dos ignorantes e
iletrados. No final do século II a. C. foi “publicada” a gramática de Dionísio,
da Trácia.
Nela, acrescentou-se às quatro
partes do discurso dos estóicos, o advérbio, o particípio, o pronome e a
preposição. Essa gramática não se ocupou da sintaxe (que seria estudada uns
três séculos mais tarde, por Apolônio Díscolo), mas todas as palavras gregas
foram classificadas segundo as categorias de caso, gênero, número, tempo, voz,
modo, etc.
Romanos
O final do século XV e primeira
metade do século XVI é um período de grandes transformações. É nessa época que
acontece o movimento da Reforma religiosa, a que a igreja romana reagiu com a
Contra-Reforma e a Inquisição.
Acontece também uma crise muito
grande na visão teocêntrica do mundo, há a ascensão do pensamento
antropocêntrico e o redescobrimento da arte e da literatura dos antigos gregos.
Nesse período também se pode perceber, segundo Weedwood (2002, p. 68) duas
abordagens bem diferentes da linguagem: a abordagem “particular”, que se
concentra nos fenômenos físicos que diferenciam as línguas, e se aproxima muito
das recém-surgidas ciências biológicas em seus métodos e resultados; e a
abordagem “universal” que, concentrando-se nos princípios subjacentes à
linguagem, continuou a buscar muito de sua inspiração e de seu método na
filosofia e especialmente na lógica.
No entanto, segundo Lyons,
“língua ainda era a língua da literatura: e a literatura quando se tornou objeto
de estudos acadêmicos em nossas escolas e universidades, continuou a ser a obra
do ‘melhores escritores’ que escreviam nos gêneros tradicionais” (1967, p.
17).
No século XVII, já se percebia
claramente a crescente atenção às línguas modernas da Europa e o declínio de
valorização do latim.
Essa tendência atinge seu auge
com a publicação da Gramática de Port-Royal, de Lancelot e Arnoud, que
“demonstra que a linguagem se funda na razão, é a imagem do pensamento e que,
portanto, os princípios de análise estabelecidos não se prendem a uma língua
particular, mas servem a toda e qualquer língua”.
Os romanos mantêm a controvérsia lingüística de anomalistas e
analogistas, mantiveram, portanto, o interesse pela questão;
Tiveram um grande desenvolvimento da gramática. Trataram
especialmente da palavra (dictio) e do discurso (oratio).
Aplicaram as estruturas já conhecidas da língua grega para sua
própria língua, o latim.
Aproveitaram e assimilaram os trabalhos de Dionísio da Trácio e de
Apolônio Díscolo.
Assim como os gregos, os gramáticos romanos trataram do Latim
erudito, como o de Vergílio e de Cícero, e não do Latim vulgar efetivamente
praticado pela massa.
Latinos
A partir do movimento e
estruturação do império percebe-se a força dimensional que a língua latina
adquiriu por meio das atitudes ou fatores da romanização que os romanos
utilizavam-se para alargar seus domínios, como por exemplo, a entrada das
legiões dos exércitos em outras regiões, as propriedades que formavam as
colônias militares com os soldados aposentados, mas que continuavam a buscar
defesa do império; as colônias civis implantadas nas regiões vencidas de onde
era retirada a população local; a administração que usavam sempre convertia
para o benefício da população romana, dentre essas podem ser citadas as
construções de estradas, edifícios, a localização dos comércios que sempre
tendiam ao alargamento do poderio, pois se tornavam os donos das regiões e com
eles levavam a sua cultura e difundiam sua língua, estabelecendo uma
uniformização linguística, uma vez que, os romanos mantinham contato como povos
de outras línguas. Entretanto, é importante ressaltar que, os dominadores não
impunham sua língua sobre a dos nativos, o que acontecia era a romanização de
forma indireta sendo também denominados de fatores da romanização.
Estes fatores, mais tarde, vieram
a influenciar na cultura dos povos suplantados, juntamente com a expansão do
latim, o que lhe trouxe um prestígio mensurável por ser a língua oficial do
exército romano em que os povos passavam a utilizá-la não por imposição, mas
sim como mérito de utilizar a língua do então grandioso exército.
A língua latina, a lembrança das
instituições políticas, jurídicas e administrativas romanas, a imitação das
formas literárias e artísticas da antiguidade sobreviveram até nos tempos
modernos, toda reforma, todo renascimento da civilização europeia se inspirou
na civilização romana, que representava, para a Europa central e Ocidental, a
totalidade da civilização antiga, à Europa, até o século XVI, por intermédio da
língua latina.
Como os povos suplantados
passaram a se comunicar também por meio da
língua latina, a expansão tornou-se mais ativa,
acabando por tomar o lugar das línguas nativas e por meio disso, os povos
incorporavam-se pouco a pouco aos romanos, estes tinham certo interesse em
firmar poder também pela língua, assim a romanização era baseada na organização
de atingir primeiramente governantes, oficiais, funcionários, negociantes e
outros, que eram tidos como os donos do poder, para depois chegar até a classe
menos favorecida por meio de pessoas da comunidade que já haviam sido
latinizadas. Em decorrência, surgia o interesse em aprender e educar as
crianças na vertente latina, fazendo com que esta língua se fixasse
definitivamente em algumas regiões com certo tempo que, vezes e vezes, duravam
séculos. Anos mais tarde esta mesma língua daria origem a várias outras línguas
que se denominariam línguas
românicas.
O processo de romanização marca o
início das mudanças linguísticas que o latim viria sofrer, pois ao ser incluído
dentro de um grande território passou a influenciar e ser influenciado por outros
idiomas existentes na época.
A Idade Média
Na Idade Média, o latim foi a
língua mais estudada e expandida, por ser o
idioma da igreja ocidental. Lyons (1979, p.14)
destaca que o latim não “era apenas a língua da liturgia e das Escrituras, mas também
a língua universal da diplomacia, da erudição e da cultura”.
Surgiram, então, vários manuais
do latim, considerando que era uma língua estrangeira para tantos outros povos
e que deveria ser aprendida nas escolas. Esse contato com outras línguas e culturas
poderia influenciar determinantemente o latim, mas, como ressalta Leroy (1967,
p. 19), isso não aconteceu. Lembre-se aqui que o latim era uma língua
principalmente escrita e, na medida em que era falado, cada povo e cada cultura
a “reinventava”, “recriava”, dando-lhe outra sonoridade.
Muitos progressos aconteceram nos
estudos gramaticais do latim na época medieval e grande parte desses avanços
permanece até os dias atuais. A velha controvérsia entre analogistas e
anomalistas, no entanto, continuou presente. Foi neste período, também, que,
segundo Leroy (1967, p. 19) os modistas (nome que lhes vem do título Demodis
Significandi dado a numerosos tratados) consideravam que existe uma estrutura
gramatical uma e universal, inerente a todas as línguas, e que, por
conseguinte, as regras da gramática são como regras perfeitamente independente
das línguas particulares nas quais encontram sua realização. Os estudos sobre a
linguagem concentravam-se no latim, mas havia certa curiosidade acerca das
línguas faladas. Isso se dava, principalmente, por causa do avanço do
cristianismo e da necessidade de comunicação para a evangelização de outros
povos. Esse foi, talvez, o embrião daquilo que hoje chamamos “estudo de línguas
estrangeiras”.
Destaca-se desses estudos a obra
De Gramatica latino-saxônica, seguida de um glossário ou um Dicionário
latino-anglo-saxão.
Dentre todos esses trabalhos, é necessário
lembrar a De Vulgari Eloquentia e seu autor, Dante. Deve-se a ele muito em
relação aos estudos da linguagem no período medieval e em sua posteridade.
Da Renascença ao fim do século
XVIII
O conhecimento e a aceitação de
um maior número de línguas vai provocar, no século XIX, o interesse por aquelas
que estavam sendo utilizadas, as chamadas línguas vivas. Weedwood (2002, p.
103) afirma que a mais extraordinária façanha dos estudos linguísticos do
século XIX foi o desenvolvimento do método comparativo, que resultou num
conjunto de princípios pelos quais as línguas poderiam ser sistematicamente
comparadas no tocante a seus sistemas fonéticos, estrutura gramatical e
vocabulário, de modo a demonstrar que era “genealogicamente” aparentada.
A descoberta do sânscrito, no
final do século XVII, foi o principal mote para que se chegasse a esses estudos
comparados, pois foi percebida uma semelhança bastante significativa do
sânscrito com o grego e com o latim.
A partir daí, vários estudos
foram surgindo nesse viés comparatista das línguas.
Jakob Grimm, por exemplo, “demonstrou
na segunda edição de sua gramática comparativa do germânico, que havia diversas
correspondências sistemáticas entre os sons do germânico e os sons do grego, do
latim e do sânscrito em palavras de sentido semelhante”. Essa foi a mais
importante corrente do século XVII, surgindo daí o esforço de comparar línguas
e classificá-las de acordo com suas identidades, ganhando cada vez mais
destaque, os estudos históricos da linguagem. E, como assegura Câmara Jr.
(1986, p. 26) “no começo do século XVIII esta corrente comparatista ganhou mais
consistência e segurança ”.
O caminho para uma ciência
linguística, propriamente dita, está aí sendo preparado com o reforço dos
estudos históricos e comparativos da linguagem.
Costuma-se dizer que a
linguística histórica - compreendia como a reflexão sobre as mudanças das
línguas no eixo do tempo, sistematicamente realizada dentro dos pressupostos da
pratica cientifica moderna. Nasceu aproximadamente há 200 anos, nos fins do
século XVIII.
Estes dois séculos podem ser
vistos como dividido em dois grandes períodos: o primeiro que vai de 1786 até a
publicação do manifesto dos neogramáticos em 1878 é o período da formação e
consolidação do método comparativo. O segundo que vai de 1878 até os dias de
hoje é o período de continua tensão entre duas grandes linhas interpretativas:
uma mais imanentista, que, continuadora, de certa forma, do pensamento neogramática
e caudatária do estruturalismo, e depois, do gerativismo, vê a mudança como um
fato primordialmente interno, isto é, como um acontecimento que se dá no
interior da língua e condicionados por fatores da própria língua. Costuma-se localizar o nascimento da
linguística histórica nos fins do século XVIII. Tem-se ai a marca cronológica
do inicio duma reflexão sistemáticas sobre as mudanças das línguas feita já sob
os parâmetros da ciência moderna. Neste ponto, é importante dizer que a
linguística como ciência não nasceu do evidentemente nada.
Precedem as formulações modernas
sobre as linguagens os milênios em que as pessoas, em diferentes sociedades,
pensaram a questão da linguagem. Qualquer livro de historia da linguística pode
ilustrar esse longo e intricado caminho que passa pelos estudos linguísticos
dos sábios hindus já no século IV a.C pelas discussões filosóficas dos gregos;
pelos cuidados filosóficos dos alexandrinos; e pelas suas primeiras gramaticas
da língua grega; pelas gramaticas latinas pelos filósofos modistas da Idade
Média.
A Linguística
do século XIX
Concorda-se
em geral que a mais extraordinária façanha dos estudos linguísticos do século
XIX foi o desenvolvimento do método comparativo, que resultou num conjunto de
princípios pelos quais as línguas poderiam ser sistematicamente comparadas no
tocante a seus sistemas fonéticos, estrutura gramatical e vocabulário, de modo
a demonstrar que eram ”genealogicamente” aparentadas. Assim como o francês, o
italiano, o português, o romeno, o espanhol e as outras línguas românicas
tinham se originado do latim, também o latim, o grego e o sânscrito, bem como
as línguas célticas, germânicas e eslavas e várias outras línguas da Europa e
da Ásia tinham se originado de alguma língua mais antiga, à qual é costume
aplicar o nome de indo-europeu ou protoindo-europeu. O fato de as
línguas românicas descenderem do latim e assim constituírem uma ”família” era
coisa sabida havia séculos. Mas a existência da família linguística
indo-europeia e a natureza de sua relação genealógica foi demonstrada pela
primeira vez no século XIX pelos filólogos comparatistas.
Foram
fundamentais para essa ciência, as seguintes premissas:
As línguas humanas são
totalidades organizadas (2004: 28).
A língua é formada por partes que
compõem um conjunto. Cada uma dessas partes está interligada entre si.
A ideia da língua como instituição social: a língua
é parte de uma comunidade de falantes.
A língua como sistema autônomo: a língua funciona
independente de influências externas.
A língua como um sistema de signos
independente: os elementos que compõem a língua (os signos) se relacionam entre
si na mente dos falantes.
A língua muda com o tempo: as
línguas não são estáticas. As mudanças ocorrem ao longo do tempo.
A língua pode ser estudada em si e
por si mesma: os fatos linguísticos são descritos e analisados apenas por dados
linguísticos da própria língua.
A partir dessas ideias, que
nortearão grande parte da Linguística praticada no século seguinte,
destacam-se, ainda no século XIX, as mudanças ocorridas na língua ao longo do
tempo. A busca de explicações para entender tais mudanças marca os estudos
histórico-comparativos, em que se destacam os nomes de Humboldt e de Franz
Bopp.
A contribuição de
Humboldt
Um
dos linguistas mais originais, senão o de influência mais marcante, em todo o
século XIX foi o erudito e diplomata alemão Wilhelm von Humboldt (1767-1835).
Seus interesses, diferentemente dos da maioria de seus contemporâneos, não eram
exclusivamente históricos. Seguindo o filósofo alemão Johann Gottfried Von
Herder (1744-1803), ele enfatizou o vínculo entre línguas nacionais e caráter nacional,
o que, no entanto, era um lugar-comum do movimento romântico. Mais original foi
a teoria de Humboldt sobre a forma ”interna” e ”externa” da língua. A forma
externa da língua seria a matéria bruta (os sons) COM base na qual as
diferentes línguas são moldadas; a forma interna seria o padrão, ou estrutura,
de gramática e significado que é imposto sobre essa matéria bruta e que
diferencia uma língua da outra. Já Bopp, com a aplicação desse método, percebeu
semelhanças entre o sânscrito, o latim e o grego e a partir dessas observações
desenvolveu sua Gramática comparada.
Conclusão
Pesquisando sobre o tema
proposto, conclui-se a mudança no aspecto linguístico.
E a evolução dos estudiosos sobre
o tema até o dia de hoje.
Bibliografia
Maria da Silva PEIXOTO. A linguística antes de Ferdinand de Saussure, uma retomada histórica.
Izidoro Blikstein Hinduísmo, linguística e semiologia.
Faraco, Carlos Alberto. Linguística Histórica: Uma introdução ao estudo histórico da
língua. Parabola 2° edição .
WEEDWOOD, Bárbara. História
concisa da linguística. Trad. Marcos Bagno. São Paulo: Parábola Editorial,
2002.
Nunes de Jesus Sérgio. Contextualização histórica de léxico da língua latina:
(A
constituição linguística e suas variantes formas)
tem plágio nesse texto. Onde está o crédito a Barbara Weedwood em parte do texto q sequer tem aspas. Vergonha!!!!
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